sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

São Bartolomeu: Uma joia de Minas Gerais

Neste carnaval, do dia 13 ao dia 18, viajei com minha família para Minas Gerais. Pude conhecer a Cidade Administrativa, projeto suntuoso e belo de Niemeyer, executado no governo de Aécio Neves, as cidades históricas e animadas em tempo de carnaval como Mariana, Sabará e Ouro Preto, o Instituto Inhotim em Brumadinho...


Mas um pequeno vilarejo chamado São Bartolomeu tomou minha atenção. Dirigindo de Ouro preto, a caminho de BH, paramos para comprar panelas de pedra sabão, que são vendidas na região, geralmente nos mercados públicos, beira de estradas.

Em certo local provamos uma goiabada cascão. Uma delícia. Não muito doce como as industrializadas. Era uma peça bem grande. Acho que uns 10 cm de altura e uma área de uns 50 por 50 cm. Era vendido por peso, conforme o pedido do cliente. Reparei a forma artesanal como era feita, com pedaços de goiaba dentro. A vendedora explicou que vinha de São Bartolomeu, um distrito de Ouro Preto, logo a 15km dali.


Não tão entusiasmados, incentivei a irmos até São Bartolomeu, já que nos restava algumas hora até o pôr do sol. Pegamos a estrada e seguimos as placas. Ocorre que a informação que a vendedora havia passado é que a estrada era de asfalto. De fato era, mas tão somente os primeiros 10 km. 

Paramos o carro e, prestes a desistir, resolvi por conta própria tocar adiante, mesmo com certo receio já que a estrada era esburacada e estreita.



Achamos que chegaríamos em um local mais populoso, com ruas mais largas, um bairro tradicional. Um choque de realidade. São Bartolomeu é um pequeno vilarejo. As estradas no pequeno centro são de pedra, como antigamente. Ali descobrimos que se tratava de uma parada que fazia parte da estrada real, caminhos abertos pela Coroa Portuguesa na época da exploração do ouro e pedras preciosas.

As famílias que ali se instalaram e iniciaram suas colônias, plantações, acabaram se especializando na fabricação de doces, enquanto serviam a Ouro Preto com seus produtos, há mais de 150 anos. A tradição foi repassada de pais para filhos e continua até hoje.

Nessa época de carnaval, em que visitamos o vilarejo, parentes que moram longe vêm visitar suas famílias, buscar a tranquilidade que o local proporciona, o que acaba movimentando um pouco suas ruas. Nem preciso destacar a doçura do povo mineiro, sempre de trato fácil, com calma ao falar e, ao mesmo tempo, entusiasmo com os visitantes.




Uma Igrejinha, na rua principal, é o símbolo da fé do povo. Ali se encontra, em uma das torres, um sino antigo de madeira, um dos únicos do mundo, e, hoje, um símbolo do lugar.

Não visitamos as cachoeiras que existem um pouco mais afastado do pequeno centro, mas disseram que são lindas.


Acabamos por visitar uma pequena quitanda de doces de uma família tradicional. Fomos muito bem atendidos pela filha da proprietária que contou ser sua mãe cartorária do vilarejo e parteira. Ali pudemos saborear diversos doces. Os mais tradicionais são a goiabada cascão e o doce de leite. Todos de sabor muito individual e excelentes.





Provamos logo ao lado, em outra pequena lojinha, sorvete artesanal de goiaba e doce de leite. Todos de sabor divinos.

São Bartolomeu é um local para uma experiência tranquila, de paz, de história. Um passeio para uma tarde agradável com a família, sem pressa, curtindo o bom papo com os moradores e as paisagens de natureza mescladas com as construções de época.



Definitivamente recomendo visitar esta pequena joia de Minas Gerais. Quem não puder, pode encontrar seus produtos no Mercado Central em Belo Horizonte.



Mais fotos do passeio no vilarejo São Bartolomeu









segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Ironia do povo

O título desta postagem se refere a um paradoxo que tento assimilar e resolver na minha cabeça.

Quando escândalos de corrupção e arrochos na economia ocorrem, o povo solta seus brados retumbantes, mas, na hora da eleição, escolhe o mesmo partido, os mesmo candidatos...

Agora está tudo péssimo, amanhã tudo pode mudar, quem era corrupto se santificou.

Será que isto realmente é possível? Certamente, quando se enfrentam problemas, a solução pode vir. Mas será que os problemas que surgem ao longo dos últimos anos, corrupção e economia desestabilizada, não foram criados pelos próprios governantes? Corrupção ocorre por conta do que ou de quem? Será que esse tipo de mudança ou milagre é possível?

A economia demonstra sinais de declínio desde 2008, ainda que as políticas para conter a crise internacional nos tenha mantido estáveis até 2011 praticamente.

Qual foi a atitude os cidadãos? Reeleger a presidente.

As manifestações de junho de 2013, os problemas da economia do ano passado, nada fez os brasileiros mudarem de ideia, ainda que as eleições tenham tido resultado apertado.

Sabe quando um síndico ou presidente de associação fica por tempo demais no cargo? Precisa ser substituído, mudar o time. A palavra que tem se utilizado muito, inclusive no ambiente empresarial, é oxigenar. Precisamos oxigenar o Brasil. Dar mais fôlego, mais vigor.

Mudar talvez seja o grande medo. Todos temem a mudança. Casar, trocar de emprego, morar no exterior, viajar. Nas coisas pequenas e nas coisas grandes a mudança é um problema. Para alguns, algo fácil de lidar, para outros, um monstro.

É uma ironia o que ocorre, mas a única explicação que me vem à mente é o medo da mudança. Realmente não está tudo bem e poderia estar melhor. Mudanças podem ser benéficas...