Falar em mortos na atualidade causa espanto. Aliás, não é só isso que causa espanto a esta geração fraca.
Também o ambiente dos hospitais, as sarjetas com os moradores de rua e tantos outros lugares cuja responsabilidade não é mais do homem. Tudo é dever do Estado.
"Não dê esmolas", diz a placa no semáforo. E assim nossa sociedade vai se distanciando das realidades da vida, aquilo que nossa cultura já havia cristalizado. Hoje tudo se despreza.
Quem ainda cuida do túmulo dos familiares na geração fast-food? Agora é "crema-rápido" para não dar trabalho depois.
Quem ainda visita cemitérios? Quem vai em velório? Quem toca o defunto?
O homem vem se animalizando e podemos, enfim, questionar: quem ainda cuida da alma?
Este trabalho não é apenas do sacerdote, mas da Igreja que somos todos nós. Devemos cuidar da nossa alma e também da alma do nosso irmão, os vivos e finados.
Este dia (2 de novembro) é muito significativo para os católicos, porque a morte é apenas do corpo. A alma é eterna e está em algum lugar seja no Céu, no purgatório ou no inferno.
Nossas orações não alcançam as almas do inferno nem as tiram de lá. Os que já são santos de Deus no Céu também não necessitam mais da nossa ajuda. Mas o purgatório está cheio de almas que precisam de cura para alcançar a glória em Deus. Aí que nossas orações e penitências podem frutificar.
O dia dos mortos nos faz pensar nessas realidades terrenas, bem cuidar da vida, do próximo, da cultura cristã; pensar que existe um Céu e um inferno; pensar que a morte um dia chegará para nossos amigos, familiares, para nós.
Diz Santo Afonso Maria de Ligório: “Se crês, meu irmão, que hás de morrer, que existe eternidade, que se morre só uma vez, e que, dado este passo em falso, o erro é irreparável para sempre e sem esperança de remédio: por que não te decides, desde o momento em que isto lês, a praticar quanto puderes para te assegurar uma boa morte?”
Por fim, no Brasil, temos a graça deste dia ser feriado, não havendo desculpas para não ir à Santa Missa e rezar pelas almas, lembrar dos parentes mortos, visitar algum cemitério, cuidar dos túmulos, pensar na brevidade da vida, responsabilizar-se e, enfim, ser humano e católico.
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